COVID-19 - Gerir a ansiedade em tempos incertos

11-02-2021

O atual clima sociopolítico não tem precedentes na história moderna. A pandemia e a consequente recessão económica afetaram negativamente a saúde mental de muitas pessoas e criaram novos obstáculos para as que já sofrem de doenças mentais e distúrbios de uso de substâncias. O impacto negativo a nível da saúde mental e bem-estar são relatados como dificuldades em dormir ou comer, aumento do consumo de álcool ou consumo de substâncias, e agravamento das condições crónicas, devido à preocupação com o vírus. Para além disso, as medidas de saúde pública em curso expõem muitas pessoas a situações que prejudicam a saúde mental, como o isolamento e a perda de emprego.

Durante este tempo sem precedentes de incerteza e medo, a ansiedade é um dos sintomas mais reportados.


Fontes de stress e ansiedade

- Isolamento Social: como resposta à pandemia, a maioria dos governos exigiu o encerramento de empresas (não essenciais) e escolas, declarou obrigatoriedade de permanência em casa, e o apoio ao teletrabalho, encorajando o distanciamento social. A investigação relaciona o isolamento social e a solidão a má saúde mental e física. Estudos sobre o impacto psicológico específico da quarentena durante outros surtos de doenças indicam que estes podem levar a resultados negativos na saúde mental dos indivíduos, nomeadamente ansiedade e depressão. Há uma preocupação particular com a ideação suicida, uma vez que o isolamento é um fator de risco para o suicídio.

- Estigmatização: pessoas anteriormente infetadas pelo vírus e profissionais de saúde que contactam diariamente com o mesmo, podem experienciar mudanças no comportamento e estigmatização por parte de amigos e/ou familiares, devido a medos infundados de contrair a doença, mesmo que tenham sido considerados não contagiosos. Isto pode despoletar sentimentos de ansiedade, tristeza, raiva e frustração.

- Perda de emprego e insegurança nos rendimentos: a pandemia levou a milhões de perdas de emprego e a uma recessão económica mundial. A perda de emprego está diretamente associada ao aumento da depressão, ansiedade, angústia e baixa autoestima, e pode levar a taxas mais elevadas de consumo de substâncias. Estudos relatam que adultos que perderam o emprego durante a pandemia são mais propensos a relatar sintomas de ansiedade ou depressão do que adultos que não perderam o emprego.

- Burnout: muitos hospitais em todo o país estão sobrecarregados com o número crescente de hospitalizações devido ao COVID-19. Isto aumentou rapidamente as exigências dos profissionais de saúde da linha da frente, alguns dos quais também estão sobrecarregados com a escassez de recursos. Estes profissionais relatam sentimentos de depressão, ansiedade e carga psicológica geral. O risco de suicídio nestes casos também é elevado.

Consegue identificar como avalia o estado da sua saúde mental?


Até Breve

Catarina Abrunhosa

Como gerir a ansiedade

Como já referimos anteriormente existem diversas estratégias para gerir a ansiedade. Partilhamos consigo algumas formas de gerir.· Concentre-se nas coisas que pode controlar.

Apesar de não conseguir controlar a propagação de um vírus, a recuperação da economia, ou se vais receber o salário na próxima semana, não és totalmente impotente. Quaisquer que sejam os seus medos ou circunstâncias pessoais, em vez de se preocupar com o incontrolável, tente reorientar a sua mente para tomar medidas sobre os aspetos que estão sob o seu controlo.
Por exemplo, se perdeu o emprego ou o rendimento durante este período difícil, ainda tem controlo sobre a quantidade de energia que coloca na pesquisa por um emprego novo e no envio de currículos. Da mesma forma, se estiver preocupado com a sua saúde perante a situação que vivemos, pode tomar medidas lavando regularmente as mãos, limpando superfícies, evitando espaços fechados com muita gente e usando a máscara.

Ao concentrar-se nos aspetos de um problema que pode controlar, passará de uma postura de preocupação ineficaz e ruminante para uma de resolução ativa de problemas. Claro que todas as circunstâncias são diferentes e pode descobrir que em algumas situações apenas consegue controlar a sua atitude e resposta emocional.

· Limitar ou evitar meios de comunicação inúteis e desinformação
Podemos pensar que estamos a manter-nos informados, mas se ver televisão, ouvir rádio, percorrer as redes sociais está a deixá-lo mais ansioso, limite a sua exposição.

· Cuide do seu corpo - durma o suficiente, faça exercício e coma bem
Certifique-se de que está a dormir o suficiente, a fazer exercício, a comer bem e a evitar hábitos pouco saudáveis (como fumar e beber demais). Vai cuidar da sua mente e do seu sistema imunitário também!

· Mantenha-se conectado, para que não esteja socialmente isolado ou solitário
Tente manter-se próximo dos seus amigos e familiares para que se sinta menos isolado e só. Talvez tenha de experimentar novas formas de contacto, como utilizar o FaceTime ou o Zoom.

· Viva um dia de cada vez
Como não pode prever o futuro (ainda) e não deve agarrar-se ao passado, deve concentrar-se no aqui e agora. Estar concentrado no presente pode ajudar uma pessoa a concentrar-se no que está bem à sua frente - o que pode controlar hoje. Também pode ajudá-lo a reconhecer momentos em que começa a sentir-se sobrecarregado. Precisa de ajuda para se sentir focado no presente? Mindfulness é uma ótima prática para começar!

· Mantenha a sua rotina normal
Manter um horário regular é importante para a sua saúde mental. Para além de manter uma rotina regular de sono, mantenha também horários consistentes para refeições, banhos, trabalho e/ou estudo, e fazer exercício físico. Reserve também tempo para atividades que você gosta. Esta previsibilidade pode fazê-lo sentir-se mais em controlo.

· Se sente que não está a lidar bem, procure aconselhamento profissional
Depois de experimentar estas estratégias, se ainda se sente realmente sobrecarregado, considere entrar em contacto com um profissional de saúde mental. Não faz mal pedir ajuda e há muitas opções de terapia para que possa escolher o que mais lhe convém.
Se deseja contactar um profissional da ABC, preencha o nosso formulário.

Até breve
Catarina Abrunhosa

ABC da Ansiedade   |    Rua Dr Albano Sá Lima, n22, 4450-601 Matosinhos     |    91 285 45 98
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